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Notícia - Ex-doméstica supera a escravidão que nunca acabou 02/12/2013
Ex-doméstica supera a escravidão que nunca acabou

A Folha traz hoje o depoimento de uma ex-empregada doméstica brasileira nos Estados Unidos. Ela é negra, tem 39 anos, e se chama Natalicia Tracy. Atualmente é professora na University of Massachusetts Boston e diretora-executiva do Centro do Imigrante Brasileiro em Massachusetts e Connecticut. Casou-se com um americano e tornou-se uma importante ativista na luta pelos direitos dos empregados domésticos na terra de Donald Trump.

Mas para chegar aí, ela comeu o pão que todos os demônios amassaram. Não tinha folga, recebia uma ninharia e era impedida de falar com a família. É uma história de tenacidade e perseverança. O final é feliz, mas o seu enredo é degradante e, embora passado nos Estados Unidos, expõe as mazelas brasileiras.

Há 20 anos, Natalicia chegou nos Estados Unidos. Levada por um casal de médicos brasileiros para ser babá por um período de dois anos. Desembarcou animada. Queria estudar, aprender inglês, e viver, enfim, o sonho americano. Acabou caindo no pesadelo brasileiro. Um pesadelo que, de tão enraizado na nossa sociedade, parece não ter fim. A Lei Áurea data de 1888, mas para grande parte da elite brasileira, ela nunca existiu.

Em vários rincões e cabeças brasileiras a opressão contra os mais pobres, contra os que vivem nas franjas, seja ele pobre ou branco, é uma coisa natural. E nem de longe chega a ser questionada. Faz parte do inconsciente de quem sempre aprendeu a explorar. Uma mentalidade que passa de geração à geração. Como as receitas da vovó.

E é contra os que têm a pele mais escura que essa realidade é mais perversa. Basta olharmos à nossa volta. Na escola dos nossos filhos. No nosso trabalho. No nosso clube. E, talvez, na nossa própria casa.

Em 125 anos, os descendentes dos ex-escravos deixaram de ser escravos, é fato. Passaram a serviçal, outro nome para escravo, mais moderno. Somos um país extremamente desigual socialmente, e estou apenas dizendo o óbvio. Mas é sempre saudável reforçar, para ver se acordamos esse gigante eternamente adormecido na quimera de uma sociedade mestiça, e só por isso, sem preconceito de qualquer natureza.

E essa desigualdade social começa pela cor da pele. Aqui, nos Estados Unidos ou no Senegal, carregamos esse traço nojento.

Abaixo, alguns trechos do depoimento da orgulhosa Natalicia.

"Além de cuidar da criança de três anos, fiquei responsável por todo o trabalho doméstico: cozinhar, lavar e passar. Isso acontecia de segunda a segunda, sem folga. Não me deixaram ir para a escola. E logo tiveram uma segunda criança, o que aumentou o meu trabalho e acabou com o meu sonho de estudar inglês. No começo, me deram um quarto, mas depois, como recebiam muita visita, me colocaram para dormir em um colchão no chão da varanda.

O local era protegido apenas por um vidro bem fininho, e quando chegou o inverno, eu tinha que cobrir o chão com jornais e usava o aquecedor portátil. Fiquei doente e tive uma reação alérgica por causa de um produto para limpar o tapete. Não me levaram ao médico, mas permitiam que eu usasse o restante do produto de inalação da criança."

"Comida, me davam só quando sobrava. Caso contrário, eu tinha de comprar. Mas eu só podia escolher um sanduíche de US$ 1,00 no McDonalds porque o meu salário era de US$ 25 semanais. Pegaram o meu passaporte dizendo que iam renovar o meu visto de trabalho, mas nunca renovaram. Eu fiquei ilegal nos Estados Unidos."

"Achei no jornal de anúncios um emprego de babá para uma família americana. Eles me deram quarto, roupas novas, me pagaram o transporte para eu ir à escola e não aceitaram a minha oferta para trabalhar de graça. O meu salário era de US$ 100 por semana."

"Hoje, depois de estudar, eu compreendi que o que os meus patrões brasileiros fizeram comigo naquela época foi tráfico humano."

Fonte: R7
 
 
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